Dia 11 de outubro de 2008. Dia de o Brasil comemorar cem anos de nascimento de Angenor de Oliveira, o Cartola.
Um século de Cartola. Um século de poesia verde e rosa. De seu samba cadenciado. Um século do divino cavalheiro.
Cartola foi o verdadeiro poeta marginal. Era o malandro daquela tal malandragem que Chico Buarque constatou já há muito tempo que não existe mais. Sempre viveu à margem da sociedade que o consumiu, só gravou o primeiro LP aos 65 anos e nunca entendeu como uma música (para ele compor era tão natural quanto qualquer necessidade fisiológica) podia ser comercializada. Vendeu suas composições sempre a preço de banana. Quantas belas músicas creditadas a outros compositores não saíram da mesma cabeça que criou “As rosas não falam”?
Cartola era majestade. Sua poesia continha a altivez da realeza. Com suas tintas mostrou a beleza da alvorada do morro que transformou em sua sala de recepção, com seu olhar arguto ensinou que o mundo é um moinho triturador de sonhos mesquinhos, que todo pranto tem sua hora e que é negra toda a tristeza nessa vida. Seu samba fez escola Em 1980 decidiu andar e foi por aí...talvez esteja atravessando todo o universo com a mesma roupagem que saiu daqui.
Seu destino foi parecido com o de outros mestres (como Van Gogh e Fernando Pessoa) e tantos artistas: o de não obter conforto material com o dinheiro de suas obras.
Como bem definiu Nelson Sargento, “o Cartola não existiu, foi um sonho que a gente teve.”.
Hoje o sonho faz um século.
sábado, 11 de outubro de 2008
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Um comentário:
Mano, o velho magico Cartola merece toda homenagem e, como principal, a de nunca ser esquecido.
paz e bom humor, sempre
http://walmir.carvalho.zip.net
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