A cidade de Santos continua em primeiro lugar no ranking das passagens de ônibus mais cara do país.
O aumento está em vigor desde o dia 31 de dezembro. Ou seja, no mesmo ano em que se elegeu com uma campanha que dizia que amenizaria o problema do caos viário da cidade incentivando as pessoas a usarem menos os automóveis oferecendo transporte público de qualidade, o prefeito Papa resolveu dar o primeiro incentivo: aumento de 10% no preço da tarifa. A qualidade continua a mesma (quem usa os ônibus de Santos sabe do que estou falando).
O aumento causou manifestações do Centro dos Estudantes de Santos que defende o passe livre e o bilhete único para toda a baixada.
Na capital do estado, uma cidade onde o passageiro circula muito mais nos veículos, a tarifa dos ônibus municipais (uma das mais caras do mundo!) continua R$ 2,30. Em Curitiba, cidade cujo sistema de transporte público é considerado o melhor do País, a população protestou (com razão!) o aumento de R$ 1,90 para R$ 2,20 – R$ 1,00 aos domingos. Isso para pegarmos exemplos só no nosso país, onde o sistema de transporte público está muito aquém das necessidades da população. Pergunto:
Qual o diferencial? O que há de espetacular na tão aclamada “moderna frota santista” que justifique ser a tarifa mais cara do país (se considerarmos o tamanho da nossa ilha e a quilometragem que cada veículo percorre)? Afinal de contas, se levarmos em consideração o tempo de espera nos pontos e o conforto nos veículos (em determinados dias e horários, superlotados) nosso sistema de transporte público está longe do satisfatório.
Quanto aos ônibus intermunicipais da região é melhor nem falarmos. Só o fato de não existir um bilhete único para toda a Baixada já é motivo para descredibilizar qualquer ladainha sobre região metropolitana.
A Tv Tribuna, que dedicou dois dias exibindo praticamente a mesma matéria com o claro intuito de convencer a população da cidade a não comprar as mercadorias dos ambulantes da praia ( apenas daqueles que não possuem o crachá da prefeitura, é bom que se diga), poderia elucidar seus telespectadores sobre o disparate que significa o preço das tarifas de ônibus na terra da caridade e a obrigação dos governos de garantir passe livre em transportes públicos.
A propósito, o parque municipal inaugurado no emissário submarino recebeu o nome de Roberto Mário Santini, diretor-presidente do Sistema A Tribuna de Comunicação, falecido em 2007. Uma amostra de afeto entre o governo e o maior grupo de comunicação da região; o que, cá pra nós, é fundamental para a nossa democracia.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
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4 comentários:
mano, enquanto no for radicalizada a nossa democracia vamos ficar nisso: o povo tem medo do governo. E o governo aterroriza o povo para te-lo medroso e desmoralizado, aa merce dos interesses dos seus financiadores de campanha. No dia em que nosso povo fizer valer o seu voto, votar em compromissos e cobrar os compromissos, poderemos fazer a revolucao necessaria. Um povo medroso e desmoralizado aceita salarios rebaixados, assistencia aa saude pessima, transporte caro e cruel. Isto nao acontece na Europa. Acontece no Brasil, nos EUA, na India,na Russia,na Argentina, etc.
abraco, mano.
veja so a porcada da midia aterrorizando o povo com o armagedon da crise e servindo aaqueles que rebaixam salarios, minimizam conquistas trabalhistas. A canalhada deita e rola de mao com as empresas concessionarias de servicos de radio, tv, jornal.
Eu concordo,Walmir.
Enquanto não houver uma democracia na informação, a democracia eleitoral (em que votamos para apenas dois dos três poderes) será, como disse Saramago, uma falácia.
pois é... em Campinas foi pra 2,50 e ninguém faz nada, como sempre só reclama , mas não age...e continuemos comendo merda
Bel
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