O arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, excomungou a equipe médica e os parentes da menina de nove anos que interrompeu uma gravidez de alto risco (afinal ela tem apenas nove anos!) resultante de violência sexual – a menina era estuprada pelo padastro desde os seis anos.
A menina escapou da excomunhão pelo fato de “a igreja ser muito benévola com pessoas menores de idade”, segundo o arcebispo que justificou a excomunhão alegando que as leis de deus estão acima das leis dos homens.
Ou seja, tendo como base o carnaval feito pela igreja, um feto pode contar mais com a proteção da lei divina que uma criança nascida há apenas nove anos. Ou a igreja não consegue perceber o risco que a continuação da gestação significava para a vida da criança?
E ainda tem mais: um advogado da Arquidiocese (meu deus, D.Hélder Câmara já ocupou essa mesma arquidiocese...) Márcio Miranda, apresentará denúncia contra a mãe da criança por ter autorizado o aborto.
Enfim: A instituição responsável pelas trevas da Idade Média, que impôs ao mundo quase setecentos anos de atraso e assassinatos com a sua “santa” inquisição e colaborou (se não, no mínimo se omitiu) com o extermínio dos nativos do continente americano e com a escravidão dos negros africanos continua se posicionando segundo seus dogmas e interesses.
Não é a toa que a cada ano que passa mais pessoas se afastam de suas amarras...
Uma pergunta não quer calar: Por que o arcebispo não excomungou o estuprador? Será que na visão da igreja o estupro não atenta contra as leis de deus?
sexta-feira, 6 de março de 2009
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2 comentários:
Leandro, também tô passada com essa história. E a cada dia vai ficando pior. Li hoje que o vaticano deu total apoio a essa sandice.( Também eu queria o quê?)
Como todas as grandes burradas que a igreja já compactuou pode ser que daqui há 50 anos ela venha a publico pedir perdão por isso também. É assim que ela faz. No meu blog fiz post sobre o caso. Sugeri que o arcebispo desse um passeio atracado a mil balões. Excomungar cansa. Seria um passeio providencial. A todos nós.
Meu caro Leandro, me perdoe se eu usar termos não muito educados ao fazer meu comentário.
Em primeiro lugar, caso eu fosse da equipe médica que realizou a interrupção dessa gravidez, eu daria uma solene "banana" para o idiota do bispo, assim como para essa loucura de excomunhão.
Na minha opinião, quem deveria ser excomungado era o bispo, pelo Papa, caso esse Papa prestasse para alguma coisa.
Não sei se vc é reliogioso ou não. Mas digo-lhe que respeito as crenças, pois respeito o direito alheio de acreditar naquilo que mais lhe convém ou faz feliz. O que eu não respeito e não vou respeitar nunca é a estupidez, o engessamento que não permite que alguns religiosos enxerguem um palmo adiante de seus narizes.
Essa história me revoltou não pela excomunhão, pois eu estaria pouco me lixando de ser excomungada, tal é a estupidez e a ignorância do ato em si. Revoltou-me por que apenas dá margem a que outros estupradores se animem, já que não estão infringindo as leis de Deus - segundo o bispo.
Isso tudo me deu nojo! Tenho pena das pessoas menos cultas que levam a religião a sério e não conseguem separar o joio do trigo. Como se esse bispo fosse dono da verdade e falasse em nome de Deus, se é que existe mesmo um Deus.
E, caso exista, estou mais do que certa, de que Ele está ao lado desta criança e da equipe médica que interrompeu uma gravidez, produto de um ato de violência e que, além disso, colocava a vida dessa pobre menina em risco.
Francamente, essa Igreja, ou essas Igrejas me decepcionam dia a dia...
abços
gina
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